
A necessidade diária de CoQ10 não está bem estabelecida, mas foi estimada em
aproximadamente 500 mg/dia. Níveis mais elevados se encontram nos órgãos de maiores demandas, como coração e cérebro, músculo esquelético e fígado. Durante a digestão, a CoQ10 é reduzida à ubiquinol para que sua absorção intestinal seja acelerada. O ubiquinol, a forma reduzida da CoQ10, apresenta biodisponibilidade superior à ubiquinona, a forma oxidada. Devido à sua insolubilidade em água, uma
variedade de formulações foi desenvolvida para solubilizar a CoQ10 e promover melhor absorção. Uma maior biodisponibilidade foi encontrada na CoQ10 nanoparticulada, e não na em pó.
Além do efeito do envelhecimento nos seus níveis, a CoQ10 também é reduzida por
certos medicamentos, como as estatinas, e por uma variedade de doenças. A
deficiência pode ser também resultante de mutações em genes envolvidos na síntese
da CoQ10. Níveis corporais reduzidos ocasionam, acima de tudo, uma produção de
energia e uma capacidade antioxidante limitadas.
Suplementação
A administração de CoQ10 em doses variando de 60 a 500 mg/dia diminuiu
significativamente a produção de citocinas inflamatórias (TNF-α, interleucina 6 e
proteína C reativa) em uma meta-análise recente. A suplementação conferiria
benefícios em idosos, prevenindo o aumento do estresse oxidativo associado às
doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Sendo a osteoartrose uma doença
degenerativa, parece fazer sentido o uso da CoQ10 nesse contexto.
Há evidências de que a suplementação melhora a síndrome da deficiência
mitocondrial, em grande parte pela melhora na bioenergética celular. Um exemplo
clássico são noa pacientes com insuficiência cardíaca. Há também evidências de que a
suplementação com CoQ10 pode beneficiar os pacientes com diabetes tipo II, doença
renal crônica e doença hepática. Estudos controlados e randomizados mostram
reduções significativas nos marcadores glicêmicos e de dano renal e hepático.
A capacidade da CoQ10 na proteção contra a liberação de marcadores pró-
inflamatórios fornece uma terapêutica atraente para o tratamento de algumas
doenças. Há contudo necessidade de mais ensaios clínicos envolvendo um número
maior de participantes a fim de se avaliar os seus benefícios em outras doenças
inflamatórias. Especialmente, aquelas de estresse oxidativo localizado, como as
osteoartroses e as tendinopatias.
Referências:
Fan, L., Feng, Y., Chen, G. C., Qin, L. Q., Fu, C. L., and Chen, L. H. (2017). Effects of
coenzyme Q10 supplementation on inflammatory markers: a systematic review and
meta-analysis of randomized controlled trials. Pharmacol. Res. 119, 128–136. doi:
10.1016/j.phrs.2017.01.032